ABSTRACT
A dieta é determinante do estado de saúde e tem inegável importância no contexto da saúde coletiva. Nos inquéritos populacionais para vigilância nutricional, a avaliação do consumo alimentar é um componente importante. Estes dados colaboram para o reconhecimento de problemas nutricionais da população; monitoramento de metas de saúde; avaliação de programas de intervenção e o fornecimento de subsídios para o desenvolvimento de políticas nacionais e internacionais. A mensuração do consumo alimentar habitual, no entanto, é tarefa desafiadora, em virtude da sua natureza complexa e variável, exigindo a busca constante pelo aprimoramento de métodos técnicas para obtenção de medidas válidas e reprodutivas. Além disso, a dieta pode ser analisada por diferentes ângulos e aspectos. Tradicionalmente, as pesquisas dedicaram-se ao estudo da ingestão energética e de nutrientes essenciais, porém, alternativamente a dieta pode ser analisada em termos de alimentos, grupos de alimentos ou padrões de alimentação. Este trabalho tem como objetivos fornecer subsídios para a investigação da ingestão habitual de alimentos e também apresentar resultados de investigações sobre a ingestão dietética e sua influência em agravos a saúde, utilizando diversas abordagens para análise do consumo dietético. O trabalho abarcou dois eixos: (1) artigos de cunho metodológico e, em seguida, (2) estudos epidemiológicos, subdivididos em (a) investigações da ingestão energética e de nutrientes, a mais clássica e tradicional abordagem; (b) estudo da ingestão dos alimentos; (c) estudo de padrões de consumo de alimentos; e, (d) estudos da interação gene-dieta. No primeiro eixo foram investigadas a validade, reprodutibilidade e fatores de calibração para um questionário de frequência alimentar desenvolvido para uso em estudos epidemiológicos na população paulistana; foi descrita as fontes de variação e número de dias de avaliação da dieta necessário par estimar a ingestão habitual e foi descrita a revisão do Índice de Qualidade da Dieta para uso em estudos nacionais. No segundo eixo, investigou-se a densidade energética da dieta de trabalhadores paulistas; descreveu-se a prevalência de inadequação de ingestão de nutrientes em adolescentes paulistanos.